terça-feira, 16 de janeiro de 2018

                         TRABALHO FINAL DA INTERDISCIPLINA ETNICO RACIAL

Em resumo, Petruccelli (2013, não paginado) afirma que não há nada que seja inerente às pessoas ou que se ofereça espontaneamente de forma “natural” nos traços físicos que se destacam para construir uma cor ou raça na percepção 10 Textos para Discussão 41 dos seres humanos.
A identificação de determinadas feições e o seu revestimento de um significado “racial” exige um contexto ideológico específico que lhes outorgue sendo. Denominados correntemente como marcas fenotípicas, tais traços têm significado apenas no interior de uma ideologia preexistente e é só por isso que eles funcionam como marcas ou como critérios de classificação. Feitas essas críticas, caberia questionar: se a noção de cor é, no fundo, um sinônimo de raça, por que continuar operando com a primeira? Porque cor é uma categoria  nativa, tradicionalmente uti lizada para diferenciar cidadãos livres de escravos, colonizadores europeus de povos nativos, imigrantes asiáticos de negros descendentes de povos trazidos da África etc. Em suma, porque foi o principal conceito utilizado nas relações raciais do Brasil para classificar pessoas (Guimarães, 2003)

Com base na pesquisa realizada com o censo escolar e os textos lidos na interdisciplina destaco este trecho acima, pois vai de encontro ao que  observei no meu trabalho, Trabalhamos com conceitos nas relações raciais do Brasil pra classificar pessoas a muitos e muitos anos, praticamente rotulando pessoas porque uma classe dominadora assim quis fazer.
Muito triste ver que chegamos neste ponto, nós na verdade, reforçamos o modelo dominante de uma sociedade classificatória, e excluindo a minoria...que de fato hoje não é minoria, mas uma parcela importante de nossa sociedade.
“A educação das relações étnico-raciais tem por alvo a formação de cidadãos, mulheres e homens empenhados em promover condições de igualdade no exercício de direitos sociais, políticos, econômicos, dos direitos de ser, viver, pensar, próprios aos diferentes pertencimentos étnico raciais e sociais. Em outras palavras, persegue o objetivo precípuo de desencadear aprendizagens e ensinos em que se efetive participação no espaço público. Isto é, em que se formem homens e mulheres comprometidos com e na discussão de questões de interesse geral, sendo capazes de reconhecer e valorizar visões de mundo, experiências históricas, contribuições dos diferentes povos que têm formado a nação, bem como de negociar prioridades, coordenando diferentes interesses, propósitos, desejos, além de propor políticas que contemplem efetivamente a todos.”
Trabalho num bairro que tem sua história baseada na cultura negra, um bairro rico em suas expressões culturais. A escola tem papel de suma importância neste processo de reconstrução de conceitos, de uma nova sociedade, convicta e orgulhosa de suas cores, raças, credos. Pessoas com sua identidade preservada e fazendo a sua própria história.
 “É sabido que aprender-ensinar-aprender, processo em que mulheres e homens ao longo de suas vidas fazem e refazem seus jeitos de ser, viver, pensar, os envolve em trocas de significados com outras pessoas de diferentes faixas etárias, sexo, grupos sociais e étnico-raciais, experiências de viver. Tratar, pois, de ensinos e de aprendizagens, é tratar de identidades, de conhecimentos que se situam em contextos de culturas, de choques e trocas entre jeitos de ser e viver, de relações de poder”.
Em uma perspectiva mais ampla, considero muito válido a realização deste censo, pois sua finalidade permite conhecer a clientela escolar assim como suas necessidades. Dentro desta homogeneidade se destacam heterogenias singulares que diversificam a interação entre as crianças, propiciando assim a troca de culturas e valores essenciais à formação de cada um, jamais esquecendo que o novo e o diferente é que nos constituem como seres únicos dentro de uma sociedade pluralizada.




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