TRABALHO FINAL DA INTERDISCIPLINA ETNICO RACIAL
Em
resumo, Petruccelli (2013, não paginado) afirma que não há nada que seja
inerente às pessoas ou que se ofereça espontaneamente de forma “natural” nos
traços físicos que se destacam para construir uma cor ou raça na percepção 10
Textos para Discussão 41 dos seres humanos.
A
identificação de determinadas feições e o seu revestimento de um significado
“racial” exige um contexto ideológico específico que lhes outorgue sendo.
Denominados correntemente como marcas fenotípicas, tais traços têm significado
apenas no interior de uma ideologia preexistente e é só por isso que eles
funcionam como marcas ou como critérios de classificação. Feitas essas
críticas, caberia questionar: se a noção de cor é, no fundo, um sinônimo de
raça, por que continuar operando com a primeira? Porque cor é uma categoria nativa, tradicionalmente uti lizada para
diferenciar cidadãos livres de escravos, colonizadores europeus de povos
nativos, imigrantes asiáticos de negros descendentes de povos trazidos da
África etc. Em suma, porque foi o principal conceito utilizado nas relações raciais
do Brasil para classificar pessoas (Guimarães, 2003)
Com base
na pesquisa realizada com o censo escolar e os textos lidos na interdisciplina
destaco este trecho acima, pois vai de encontro ao que observei no meu trabalho, Trabalhamos com
conceitos nas relações raciais do Brasil pra classificar pessoas a muitos e
muitos anos, praticamente rotulando pessoas porque uma classe dominadora assim
quis fazer.
Muito
triste ver que chegamos neste ponto, nós na verdade, reforçamos o modelo
dominante de uma sociedade classificatória, e excluindo a minoria...que de fato
hoje não é minoria, mas uma parcela importante de nossa sociedade.
“A
educação das relações étnico-raciais tem por alvo a formação de cidadãos,
mulheres e homens empenhados em promover condições de igualdade no exercício de
direitos sociais, políticos, econômicos, dos direitos de ser, viver, pensar,
próprios aos diferentes pertencimentos étnico raciais e sociais. Em outras
palavras, persegue o objetivo precípuo de desencadear aprendizagens e ensinos
em que se efetive participação no espaço público. Isto é, em que se formem
homens e mulheres comprometidos com e na discussão de questões de interesse
geral, sendo capazes de reconhecer e valorizar visões de mundo, experiências
históricas, contribuições dos diferentes povos que têm formado a nação, bem
como de negociar prioridades, coordenando diferentes interesses, propósitos,
desejos, além de propor políticas que contemplem efetivamente a todos.”
Trabalho
num bairro que tem sua história baseada na cultura negra, um bairro rico em
suas expressões culturais. A escola tem papel de suma importância neste
processo de reconstrução de conceitos, de uma nova sociedade, convicta e
orgulhosa de suas cores, raças, credos. Pessoas com sua identidade preservada e
fazendo a sua própria história.
“É sabido que aprender-ensinar-aprender,
processo em que mulheres e homens ao longo de suas vidas fazem e refazem seus
jeitos de ser, viver, pensar, os envolve em trocas de significados com outras
pessoas de diferentes faixas etárias, sexo, grupos sociais e étnico-raciais,
experiências de viver. Tratar, pois, de ensinos e de aprendizagens, é tratar de
identidades, de conhecimentos que se situam em contextos de culturas, de
choques e trocas entre jeitos de ser e viver, de relações de poder”.
Em uma perspectiva mais ampla, considero muito válido a realização
deste censo, pois sua finalidade permite conhecer a clientela escolar assim
como suas necessidades. Dentro desta homogeneidade se destacam heterogenias
singulares que diversificam a interação entre as crianças, propiciando assim a
troca de culturas e valores essenciais à formação de cada um, jamais esquecendo
que o novo e o diferente é que nos constituem como seres únicos dentro de uma
sociedade pluralizada.
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