EDUCAÇÃO
INCLUSIVA
A Sociedade, em todas as culturas,
atravessou diversas fases no que se refere às práticas sociais. Ela começou
praticando a exclusão social de pessoas que, por causa das condições atípicas,
não lhe pareciam pertencer à maioria da população. Em seguida, desenvolveu o
atendimento segregado dentro de instituições, passou para a prática da
integração social e recentemente adotou a filosofia da “inclusão” social para
modificar os sistemas sociais gerais. Essas fases não aconteceram ao mesmo
tempo para todos os segmentos populacionais. Ainda hoje vemos a exclusão e a
segregação sendo praticadas em relação a diversos grupos sociais vulneráveis,
em várias partes do Brasil, assim como em praticamente todos os outros países.
Mas também vemos a tradicional integração dando lugar, gradativamente, à
“inclusão”
A inclusão tem por objetivo a
construção de uma sociedade para todas as pessoas, sob a inspiração de novos
princípios, dentre os quais destacam-se: celebração das diferenças, direito de
pertencer, valorização da diversidade humana, solidariedade humanitária, igual
importância das minorias, cidadania com qualidade de vida. Muito antes de
alguns movimentos internacionais e nacionais adotarem oficialmente a idéia de
uma sociedade inclusiva, profissionais espalhados pelo mundo se articulavam em
busca de estratégias que dessem às pessoas com necessidades especiais uma vida
mais digna.
O princípio fundamental da escola
inclusiva consiste em que todas as pessoas devam aprender juntas, onde quer que
isto seja possível, não importam quais dificuldades ou diferenças elas possam
ter. As escolas inclusivas precisam reconhecer e responder às necessidades
diversificadas de seus alunos, acomodando os diferentes estilos e ritmos de aprendizagem
e assegurando educação de qualidade para todos, mediante currículos
apropriados, mudanças organizacionais, estratégias de ensino, uso de recursos e
parecerias com suas comunidades:
A
meta principal da inclusão é a de não deixar ninguém no exterior do ensino
regular, desde o começo. As escolas inclusivas propõem um modo de se constituir
o sistema educacional que considera as necessidades de todos os alunos e que é
estruturado em virtude dessas necessidades (MANTOAN, 1997, p. 145).
A terminologia que designa a pessoa
com necessidades especiais vem passando por mudanças ao longo dos anos. Na
verdade, o primeiro termo adotado foi “excepcional”, depois “pessoa
deficiente”, “pessoa portadora de deficiência”, “pessoa portadora de
necessidades especiais”; hoje “pessoa com necessidades educativas especiais”.
Tais designações restringem-se muito ao âmbito da Educação. O termo deficiente
implica não ser eficiente: esta conotação é muito forte, principalmente numa
sociedade como a nossa, onde o modo de produção é o capitalista, em que são
muito exigidas a eficiência e a produtividade. Nesse sentido, podemos constatar
que essas mudanças de terminologia não minimizaram a questão da marginalização
social desses indivíduos.
(APRENDER - Cad. de
Filosofia e Pisc. da Educação - Vitória da Conquista, AnoII, n. 2, p. 79-91,
2004)