REFLETINDO
SOBRE O PROFESSOR REFLEXIVO
Atualmente,
muito se defende a necessidade de formar professores que reflitam sobre sua
prática, no intuito de modificá-la, melhorando-a não só em benefício do
professor, mas de todos que compõem a comunidade escolar.
Segundo
Alarcão,
os professores desempenham um
importante papel na produção e estruturação do conhecimento pedagógico porque
refletem, de uma forma situada, na e sobre a interação que se gera entre o
conhecimento científico [...] e a sua aquisição pelo aluno, refletem na e sobre
a interação entre a pessoa do professor e a pessoa do aluno, entre a
instituição escola e a sociedade em geral. Desta forma, têm um papel ativo na
educação e não um papel meramente técnico que se reduza à execução de normas e
receitas ou à aplicação de teorias exteriores à sua própria comunidade
profissional (2005, p. 176).
De acordo com Freire (1996), a
reflexão é o movimento realizado entre o fazer e o pensar, entre o pensar e o
fazer, ou seja, no “pensar para o fazer” e no “pensar sobre o fazer”. Nesse
sentido, a reflexão provém da curiosidade sobre a prática docente, uma
curiosidade inicialmente ingênua, que, transformada em exercício constante,
transforma-se em crítica. Essa reflexão crítica permanente deve constituir-se
como orientação prioritária para a formação continuada dos professores que
buscam a transformação por meio de sua prática educativa.
Um “professor reflexivo” não para de refletir a partir do
momento em que consegue sobreviver na sala de aula, no momento em que consegue
entender melhor sua tarefa e em que sua angústia diminui. Ele continua
progredindo em sua profissão mesmo quando não passa por dificuldades e nem por
situações de crise, por prazer ou porque não o pode evitar, pois a reflexão
transformou-se um uma forma de identidade e de satisfação profissionais. Ele
conquista métodos e ferramentas conceituais baseados em diversos saberes e, se
for possível, conquista-os mediante interação com outros profissionais. Essa
reflexão constrói novos conhecimentos, os quais, com certeza, são reinvestidos
na ação. Um profissional reflexivo não se limita ao que aprendeu no período de
formação inicial, nem ao que descobriu em seus primeiros anos de prática. Ele
reexamina constantemente seus objetivos, seus procedimentos, suas evidencias e
seus saberes.
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