AVALIAÇÃO CLASSIFICATÓRIA E EMANCIPATÓRIA
A partir da Constituição e Lei de Diretrizes e
Bases vigentes, teve início uma maior discussão sobre avaliação. Que métodos
utilizar? Qual o processo mais adequado? Como o professor pode ajudar o aluno
numa melhor compreensão e assimilação da matéria para que o mesmo não fique
apenas na obtenção de nota ou conhecimento ser aprovado?
Desde as mais remotas épocas a avaliação
utilizada sempre foi baseada em notas e provas, ou seja, aquela que fornece um
resultado mensurável, o que dá aos pais e alunos maior segurança em termos de
controle. Este sistema, segundo Hoffmann (2009) é vago, uma vez que apenas
aponta falhas no processo de aprendizagem. Além de discriminar e selecionar,
reforça a ideia de uma escola para poucos.
Na avaliação tradicional a classificação do aluno
acontece a partir do processo corretivo, ou seja, eliminando-se a
subjetividade, evitando, assim, que se cometam injustiças na contagem de erros
e acertos. Visto que, muitas vezes, avaliar é confundido com medir. Nessa
concepção, de acordo com Paulo Freire (1987), o professor será sempre o que
sabe, enquanto que o aluno será sempre o que não sabe. Esta forma avalia a
fração do conhecimento desvinculando aquilo que o aluno lembra sobre o que lhe
foi transmitido, daquilo que ele pode fazer com o que aprendeu.
Avaliação Mediadora, de acordo com Jussara
Hoffmann (2009), exige prestar muita atenção no aluno, conhecê-lo, ouvir seus
argumentos, propor-lhe questões novas e desafiadoras, guiando-o por um caminho
voltado à autonomia moral e intelectual, pois estamos vivendo um momento
caracterizado por uma infinidade de fontes de informação.
Para Cipriano Luckesi existem duas práticas
completamente diferentes, a saber: examinar e avaliar. Para ele avaliar
significa subsidiar a construção do melhor resultado possível e não pura e
simplesmente aprovar ou reprovar alguma coisa. Os exames engessam a
aprendizagem; a avaliação a constrói fluidamente. Trazendo para o contexto do
texto os exames dizem respeito à avaliação tradicional e a avaliação diz
respeito à avaliação mediadora.
Conforme Hoffmann, esta questão é assim apresentada:
“Na concepção de avaliação
classificatória, a qualidade se refere a padrões preestabelecidos, em bases
comparativas: critérios de promoção (elitista, discriminatório), gabaritos de
respostas às tarefas, padrões de comportamento ideal. Uma qualidade que se
confunde com a quantidade, pelo sistema de médias, estatísticas, índices
numéricos dessa qualidade. Contrariamente, qualidade, numa perspectiva
mediadora de avaliação, significa desenvolvimento máximo possível, um
permanente “vir a ser”, sem limites preestabelecidos, embora com objetivos
claramente delineados, desencadeadores da ação educativa. Não se trata aqui,
como muitos compreendem, de não delinearmos pontos de partida, mas, sim, de não
delimitarmos ou padronizarmos pontos de chegada.” (2009, p. 31-32).
Conforme Luckesi:
“Necessitamos de um currículo centrado no desenvolvimento, na
construção, na experiência da igualdade e da democracia, pois neste sentido
avaliação é o ato de subsidiar a construção de resultados satisfatórios.
Necessitamos de um currículo que valorize os conhecimentos prévios do aluno,
que o respeite e valorize como indivíduo formador de opinião e ser crítico da
realidade que o cerca. Temos de abrir mão do poder autoritário e aprender a
viver democraticamente, o que implica em servir e não impor.” (2000)
REFERENCIAS
FERREIRA, Lucinete. O
contexto da prática avaliativa no cotidiano escolar. In:____. Retratos da avaliação: conflitos, desvirtuamentos e caminhos para a superação. Porto
Alegre: Mediação, 2002. p.39-61.
LUCKESI, C.C. Avaliação da aprendizagem escolar. 14. ed. São Paulo: Cortez, 20
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