QUESTÕES
ETNICO-RACIAIS NA LITERATURA INFANTIL
O Brasil, por ser um país
multiétnico, conta com uma grande riqueza cultural, artística e racial. De
outra parte, alguns grupos e classes, como negros, índios e homossexuais,
encontram dificuldades nas relações sociais devido a preconceitos e
discriminação.
O educador precisa estar ciente
das leis e dos parâmetros que regem a educação, sua gestão, estratégias e
organização. Importa, também, apropriar-se das políticas e ações afirmativas
que se referem às relações étnicas e raciais no cotidiano escolar. Tal postura
é conveniente tanto no ambiente de sala de aula quanto nos demais espaços de
convivência educativa. No processo de alfabetização, também é importante que se
valorize outra estética, não só aquela da pele clara e olhos azuis ou verdes,
mas o sentido de beleza presente na pele negra, nos cabelos enrolados. Para, já
no período inicial da escolarização, promover, assim, uma mudança de paradigma
em relação à questão racial.
Outro exemplo comum na educação
infantil e nos anos iniciais, ao se trabalhar as cores, é identificar o lápis
“cor de pele” com uma cor clara, próxima de um bege-róseo. Com isso, de modo
inconsciente, vai-se construindo um modelo de beleza e identidade branqueado.
Em livros
de história, aparentemente ingênuos ou em deliciosos contos de fada, não é
difícil perceber, através da trama, dos personagens e dos diálogos, se não do
próprio assunto, a classe a que os autores pertencem ou que representam, com
suas concepções de vida, seus valores e seus preconceitos. (AZEVEDO In;
ZILBERMAN, 1988: 336).
Precisamos
estar atentos para esta questão, pois até ontem passávamos para nossos alunos
histórias que de certa forma são discriminatória. Precisamos ampliar nosso
horizonte e observar outros caminhos na literatura infantil para contemplar o
todo.