terça-feira, 29 de maio de 2018


                         REFLETINDO SOBRE EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS
 Segundo o texto “Jovens e adultos como sujeitos de conhecimento e aprendizagem” de  Marta Kohl de Oliveira é importante transitar pelo menos por três campos que contribuem para a definição de seu lugar social: a condição de “não-crianças”, a condição de excluídos da escola e a condição de membros de determinados grupos culturais para ver os alunos da EJA.
Parece haver um acordo sobre a existência de uma diferença entre formas letradas e não letradas de pensamento; é importante reiterar, entretanto, que essa diferença não está claramente definida na literatura, não apenas pela falta de investigacões mais específicas a respeito do funcionamento cognitivo dos grupos “pouco letrados”, mas também pela ausência de uma teoria consistente sobre os processos intelectuais dos adultos plenamente inseridos na sociedade letrada. Nesse sentido, a modalidade de pensamento à qual se opõe o pensamento denominado pouco letrado é, em grande medida, uma construção derivada do senso comum. (Oliveira, 1995, p. 157)
É preciso observar esses aspectos com bastante seriedade, pois este aluno não é mais criança, por isso, deve ser tratado diferente e não como muitas acontecem na EJA uma aula infantilizada. Outro fato muito importante é o de ser de certa forma excluído da escola regular, por inúmeros fatores...como trabalhar com essa condição? Não mais importante levar em consideração o grupo social ao qual pertence o aluno, pois carrega ali grandes considerações que o levaram chegar num grupo da EJA.
Segundo o texto “Aprendizagem e desenvolvimento de jovens e adultos: novas práticas sociais, novos sentidos” de  Patrícia Guimarães VargasII e Maria de Fátima Cardoso Gomes   
De acordo com Vygotsky (2008), o sujeito é ativo e interativo, pois constrói conhecimento e constitui-se por meio das relações interpessoais. É na troca com outros sujeitos e consigo mesmo que seus conhecimentos, papéis e funções sociais vão sendo internalizados, possibilitando a construção de novos conhecimentos e o desenvolvimento da personalidade e da consciência. Já Freire (2007, 2008) compreende o ser humano como um ser histórico, social, inconcluso, capaz de ter não apenas sua atividade, mas a si mesmo como objeto de consciência. Na condição de estar sendo, o ser humano compara, valoriza, intervém, escolhe, decide, fazendo-se ser ético. Essas perspectivas levam a compreender os jovens e adultos analfabetos e/ou não escolarizados como sujeitos históricos, sociais e culturais, dotados de conhecimentos e experiências acumulados ao longo da vida, e que necessitam da intervenção de instituições culturais capazes de desencadear o desenvolvimento de suas potencialidades. São, portanto, não objetos depositários de conhecimentos, mas sujeitos capazes de construir conhecimento e aprendizado.
Afinal, resta uma certeza: no processo de escolarização de jovens e adultos analfabetos, aprender a ler e a escrever ultrapassa o processo estrito de alfabetização; trata-se de uma aprendizagem permanente da totalização desses sujeitos, que instaura o mundo em que se humanizam, humanizando-o. Em outras palavras: [...] é a consciência reflexiva da cultura, a reconstrução crítica do mundo humano, a abertura de novos caminhos, o projeto histórico de um mundo comum, a bravura de dizer a sua palavra. (FREIRE, 2008, p. 12)
 E esse processo não tem limites



REFERÊNCIAS
IN: REVISTA BRASILEIRA DE EDUCAÇÃO SetOut/Nov/Dez 1999 n.º 12. Trabalho apresentado na XXII Reunião Anual da ANPEd, Caxambu, setembro de 1999. (Ler sobretudo a partir da página 67 em diante, na parte referente aos dados de pesquisa da autora).
In: Educação e Pesquisa. São Paulo, v. 39, n. 2, p. 449-463, abr./jun. 2013.


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