segunda-feira, 30 de janeiro de 2017


Educação hoje: desabafo


             A educação brasileira, que em outros contextos históricos era muito mais precária, hoje apresenta avanços significativos no que diz respeito a fatores como infra-estrutura, formação de professores, material didático, inovações tecnológicas, entre outros aspectos que deveriam favorecer a aprendizagem.      
          Mas, apesar dos investimentos e incentivos, os dados de aprendizagem obtidos através de avaliações como: SAEB SPAECE, ENEM, entre outros, apontam resultados que não condizem com os esforços governamentais e os investimentos feitos na área.
              Escrevo este texto hoje com pesar no meu coração, pois meu sonho desde criança era fazer o magistério e ser professora, mas PROFESSORA com letra maiúscula, com muito orgulho.
             No entanto, nestes últimos anos, tenho visto a sociedade, o governo massacrando, oprimindo, sucateando o sistema de ensino.
            Salários parcelados, direitos institucionais sendo jogados no lixo como uma folha de rascunho sem qualquer interferência, ou juízo.
              Profissionais tendo vergonha da sua profissão.
          Vergonha por não conseguir manter suas necessidades básicas por dificuldades financeiras.
           Vergonha por não conseguir chegar ao seu local de trabalho porque não possui meios monetários para fazê-lo.
                Vergonha por entrar numa sala de aula abatido, desmotivado, preocupado.
             Vergonha por ouvir de alguns alunos chacotas sobre a atual situação dos docentes.
                Vergonha ...vergonha..
               Como é triste saber que uma profissão de extrema importância chegou no fundo do poço.
                E mais triste ainda é ver que não há perspectivas de melhoras lá na frente, estão nos tirando até a esperança de dias melhores.
                Socorro !!!

  



                                  Por quê trabalhar sobre o negro?
               
             O racismo ainda hoje é uma questão de grande embate na sociedade brasileira, apesar de ter uma população miscigenada não se mostra evidente, mas ocorre sutilmente por estar enraizado na sociedade desde os tempos da escravidão. Vivemos num país onde a herança do preconceito racial é muito presente, apesar de haver certa negação ou omissão do problema. As marcas dessa herança cultural estão muitas vezes implícitas em letras de músicas, na mídia e até mesmo na Literatura Infantil. A maioria das histórias e contos apresentados às crianças ou lidos por elas enfatiza a cultura europeia; podemos exemplificar com os seguintes contos: Branca de Neve, Chapeuzinho Vermelho, Rapunzel, dentre outros. Com isso vemos a falta de preparo das escolas para receber o aluno negro e no dia-a-dia só é ressaltado que não sabemos lidar com essa questão. Mesmo assegurados pelas leis como a 9.459, de 13 de maio de 1997 e a 7.716, de 5 de janeiro de 1989 que fala que é um crime excluir e discriminar qualquer afro descendente, na prática podemos constatar o não cumprimento dessa legislação porque o racismo continua a se manifestar através de xingamentos, chacotas, piadas e ditos populares, tornando clara a discriminação racial em todos os lugares, principalmente na escola.
A necessidade de reescrever a História nas diversas áreas do conhecimento é de extrema importância, principalmente para desmitificar o mito de que o Brasil, por ser um país de grande miscigenação, não tem problemas raciais como sempre se observa por meio de educadores internacionais (CAVALLEIRO, 2001, p. 33)
              É preciso mostrar os aspectos positivos do negro em nossa sociedade, nossas crianças precisam ter conhecimento das contribuições que esses povos trouxeram para nós na área política, econômica e social e para formação de identidade cultural, foram eles que construíram nosso país.

              A escola é um ambiente privilegiado para se iniciar o processo de conhecimento da diversidade cultural brasileira e promoção de respeito a todas as diferenças decorrentes desta pluralidade, uma vez que é um espaço onde convivem crianças de varias etnias, classes sociais, crenças e culturas distintas; podendo direcionar o aprendizado ao respeito mútuo e o convívio democrático com a diferença.

terça-feira, 24 de janeiro de 2017

                 Aprendendo e ensinando sobre o passado à crianças

 O processo de investigação histórica envolve a compreensão de conceitos do tempo: a mensuração do tempo, continuidade e mudança, as causas e efeitos de eventos e de mudanças ao longo do tempo, semelhan- ças e diferenças entre períodos. Isso significa encontrar o passado a partir de fontes, os traços do passado que permanecem, sejam escritos, visuais ou orais. Fontes foram criadas com propósitos diferentes e, portanto, possuem diferentes níveis de validade; freqüentemente são incompletas. Por isso, historiadores fazem inferências sobre fontes, no sentido de saber como foram feitas, usadas e o que podem ter significado para as pessoas que as produziram e as utilizaram. (COLLINGWOOD, 1939).

Faz-se necessário estabelecer objetivos claros com critérios que contribua para a formação de identidades e que escola, professor e sociedade tenham respostas a algumas reflexões, tais como: Qual identidade quer formar em nossos alunos? Quais conteúdos e quais abordagens de estudos históricos contribuem para consolidar determinadas identidades? E quais são as repercussões dessas identidades, construídas pelos alunos, na sociedade em que eles vivem? (TERRA e FREITAS – 2004)
         Ensinar História é estimular as crianças a refletirem e fazerem descobertas relacionadas, primeiramente à sua História. A informação pronta e acabada torna a criança um ser passivo em relação ao saber e distante do processo histórico. Para que ela seja participante na sociedade é fundamental que entenda os processos de produção do conhecimento. Segundo Höfling (2003, p. 181),
         A História é produto da atividade do homem e não se pode deixar de representar o passado, porém, sem desqualificá-lo, destacando como os homens sempre buscaram alternativas para vencer os desafios que enfrentavam. É preciso compreender que o conhecimento histórico é uma construção de vários sujeitos. Pode-se iniciar esse entendimento por intermédio do cotidiano das crianças, oferecendo-lhes a possibilidade de se perceberem como sujeitos da sua história. Embora sejam crianças, possuem em seu interior um arsenal de capacidades invejáveis. Elas tomam consciência do mundo de maneiras diferentes a cada etapa do seu desenvolvimento.
              Os professores precisam se fazer estas perguntas e ao respondê-las estarão tomando consciência de suas próprias concepções e valores. Na sala de aula precisa-se quebrar a hierarquia do poder, do discurso competente de que são os professores e o livro didático que detêm o poder, o saber, a competência e o privilégio para a escolha dos objetos de estudo e estratégias de ensino. Essa hierarquia de que o professor é o detentor do poder precisa ser desmistificada e deposta, pois certamente não é verdadeiro.
              Há muitas formas de fazer com que a criança se sinta a vontade com disciplina de história, basta apenas paciência e determinação por parte dos p professores. Dessa forma ela aprenderá que estudar história vai muito além do que a boa e velha “decoreba” tão comum entre os alunos já crescidos.
              O ensino de História , nessa fase, tem como foco a compreensão da ideia de passado e presente. Os conceitos históricos são desenvolvidos por meio de brincadeiras, canções, contos, lendas e mitos - e também em momentos de diálogos, discussões e reflexões.

           Enfim, aprender e ensinar histórias para crianças se faz necessário tomarmos consciência de que a mesma já tem um conhecimento prévio, não é um ser nulo; a partir disto devemos nortear nossa prática pedagógica.  

segunda-feira, 23 de janeiro de 2017

                                               

                                                 ESPAÇO E FORMA

         O espaço se apresenta para a criança de forma essencialmente prática: ela constrói suas primeiras noções espaciais, por meio dos sentidos e dos movimentos.
         Esse espaço percebido pela criança-espaço perceptivo- possibilitará a ela, mais adiante, a construção de um espaço representativo.
        A escola é o local propício para que a criança desenvolva essa capacidade de visualização espacial e de estabelecimento e comunicação de relações espaciais entre os objetos.
      É importante que a criança vivencie diversas situações relacionadas com a localização espacial e organização corporal, sempre acompanhados de verbalização ou representação gráfica.


          Sendo assim, procuro desenvolver com meus alunos estas temáticas com situações do cotidiano, muitas vezes despercebidos aos olhos dos alunos, como por exemplo:
           # fulano hoje você vai sentar perto da porta, ou atrás do...., na frente da....
           #  desenhar uma planta da sala de aula, ao entrarem deverão verificar na planta em que lugar devera sentar neste dia
           #na fila para deslocamento pelas dependências da escola, solicitar aos alunos que está a sua direita, a esquerda, atrás e na frente
          #no pátio muitas brincadeiras com o corpo
          # jogos com blocos lógicos, tangram
          # histórias em quadrinhos
      Enfim, ler estes textos só vem confirmar que estou no caminho certo. Que devo intensificar minhas atividades e continuar modificando minha prática pedagógica para atingir com êxito aos objetivos propostos. 




                 NOÇÃO DE TEMPO



ESCOLA  /    ALUNO       /     APRENDIZAGEM
           




As diferentes formas de perceber, de pensar, de sentir da criança passam a ser vistas como ausências de saber. Os caminhos percorridos pelas crianças, na maioria das vezes, desconhecidos para a escola, não são reconhecidos como passíveis de levar ao aprendizado. O que termina acontecendo é que as crianças que não acompanham o tempo da escola vão ficando para trás... [...] Na medida em que a criança não acompanha o “tempo” da sua turma, que é o “tempo” imposto pela escola, ela é posta de “lado”. A criança se perde no tempo, deixando de existir para a escola e para a professora como se o tempo para ela parasse (SAMPAIO, 2002, p. 186-187).

A escola trabalha com a concepção de aprendizagem que entende o aprender vinculado ao desempenho cognitivo e habilidades adquiridas pelos alunos. Desempenhos e habilidades predefinidos pela escola e/ou pelo sistema educacional considerados universais, devendo ser atingidos em determinado tempo escolar(SAMPAIO, 2002, p. 188).

      Com base no texto apresentado e relacionando com a prática atual de nossas escolas, o tempo realmente é fragmentado, hierarquizado e organizado muitas vezes de forma dominadora...o que em grande parte das situações não condizem com nossa realidade escolar, pois nossos alunos, assim como nós adultos, temos um tempo único para aprendizagem, não se aprende todo mundo junto, no mesmo tempo marcado.
      Ainda bem que já existe a possiblidade da alfabetização em três anos, não mais como antigamente. A criança pode se apropriar do conhecimento com mais flexibilidade, no entanto, isto ainda causa muito furor  no meio educacional, porque a sociedade também precisa refletir sobre este assunto, cobram, exigem tais desempenhos de seus filhos.

      Quanto ao professor são oferecidos pouco tempo para discutirem, elaborarem, construírem juntos uma proposta, uma idéia e muitas vezes sujeitas a aprovação de um sistema totalmente dominador. Mas um dia alcançaremos algo melhor, eu creio.

sábado, 21 de janeiro de 2017

                  REFLEXÕES EM TORNO DO CONHECIMENTO HISTÓRICO ESCOLAR         

          Conforme os Parâmetros Curriculares Nacionais – PCNs (BRASIL, 1997), um dos objetivos mais significativos quando se trata do ensino de História relaciona-se à questão de identidade. É de grande relevância que os estudos de História estejam permanentemente elencados na estruturação da noção de identidade, ao longo da instauração de relações entre identidades individuais e sociais. Esse ensino deve também permitir que os alunos se compreendam partindo de suas próprias representações, do tempo em que vivem introduzidos em um grupo e ao mesmo tempo retomem a diversidade e executem uma análise crítica de uma memória que é perpassada
        É sabido que existem vários problemas em sala de aula e muitos desses problemas surgidos na educação, afeta de alguma forma o método que é repassado os conteúdos disciplinares, onde, em uma simples dificuldade com o veículo escolar, pode vir a ocasionar consideravelmente certo atraso no conteúdo disciplinar. Diante disso, é perceptível que a disciplina de história se encontra inserida dentro de uma atmosfera problemática, porém, tenta sobressair-se, tendo em vista que ela é a ciência humana básica na formação do aluno, pois tem a capacidade de fazer com que o aluno compreenda a realidade que o cerca e, por conseguinte, abastecer-se de espírito crítico que o habilitará a entender a mesma realidade.
       Assim sendo, é visto que o ensino de História, atualmente, vive uma conjuntura de crise:
 Crise que espelha as modificações da própria produção científica, que, de certa forma, ampliaram o leque de possibilidades do pensar, do fazer e do escrever a história. Crise, período criativo, pois obrigou os profissionais a  questionar criticamente os alicerces, os pressupostos teórico-metodológicos da ciência e do ensino, obrigando-os a propor experiências múltiplas, procurando superar o tradicional modelo que, introduzido no século XIX, foi ganhando consistência e relevância, espraiando-se pelas instâncias da sociedade – escola, família e produção cultural –, tornando-se hegemônico. (NADAI, 1992, p. 144).

          Para Martins (2012, p. 768), o crescimento do estudo e ensino de História nos últimos anos tem sido gritante, no entanto, lecionar essa disciplina vem sendo um desafio preocupante, pois reclamações são vistas de ambos os lados, sejam elas por parte dos professores que relatam a falta de estimulo e deficiência dos alunos, no que tange a aprendizagem dos conteúdos de História, e, por parte dos alunos queixando-se a todo o momento que a disciplina de história é enfadonha e que não tem interesse em estudar sobre o passado e/ou “quem já morreu”.

      Pensar a respeito do ensino de História é seguir por desafios diversos. 
          


                    Uma vilã Chamada Matemática
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            Ensinar matemática de forma satisfatória, que alcance a todos, sempre foi um desafio para os professores em todas as épocas, e as operações de multiplicação e divisão apresentam um impasse para o aprendizado das crianças até os dias de hoje.
            Diante disso, percebe-se a necessidade de se trabalhar a matemática de forma lúdica, utilizando de brincadeiras e jogos para estimular a aprendizagem dos alunos. Primeiro por que é preciso desmistificar a idéia de "terror" associada à disciplina, resquício de uma educação tradicional que usa a matématica para punir e reprovar os "fracos" (os que não se desenpenham bem na disciplina), promover e recompensar os "bons" (os que têm melhor aproveitamento na disciplina). 
           A forma como estamos apresentando a matemática para nossos alunos vem causando fobias, confesso que no início eu também não me sentia muito confortável em transmitir esses conceitos matemáticos para meus alunos.
Acho que a fobia começava por mim...
           No entanto, com as formações em que participei e hoje com essa interdisciplinar já me sinto bem mais a vontade para trabalhar, brincar e desenvolver tais conceitos de forma mais agradável, leve e divertida também.
           E o mais legal é que não se faz necessário utilizar materiais caros, mas sim podemos usufruir de tudo que está ao nosso alcance, como sucatas, plantas, restos de construções etc.

          O mais importante é que estamos tentando e que acredito agora estar no caminho certo.



                                           ESCOLAS GAIOLAS OU ASAS?



                               Escolas que são gaiolas existem para os pássaros desaprendam a arte do          
                               vôo. Pássaros engaiolados são pássaros sob controle. Engaiolados, o seu  
                               dono pode levá-los para onde quiser. Pássaros engaiolados sempre têm um  
                               dono. Deixaram de ser pássaros. Porque a essência dos pássaros é o vôo.
                               Escolas que são asas não amam pássaros engaiolados. O que elas amam
                               são pássaros em vôo. Existem para dar aos pássaros coragem para voar.
                               Ensinar o vôo, isso elas não podem fazer, porque o vôo já nasce dentro dos  
                               pássaros. O vôo não pode ser ensinado. Só pode ser encorajado.
                                                                                             (ALVES,      2010)


                
            Escola Tradicional elimina o pensamento crítico do aluno, em detrimento de um quadro curricular equivocado, que entende que ensinar é transmitir   conhecimento, transferência bancária, como se a cabeça do aluno fosse uma conta poupança de depósito. Paulo Freire crítica essa educação tradicional, no qual são depositadas no aluno informações prontas, sem nenhum significado para o aluno.
            Freire a educação ideal é a educação crítico-transformadora, que valorize o aluno como sujeito do processo de ensino, que o aluno priorize o pensamento reflexivo diante dos conteúdos aprendidos nos livros didáticos, sala de aula e da realidade em que vive.
             As escolas devem desempenhar o papel de asas, para que assim seus alunos cresçam profissional e pessoalmente. Deve abrir caminhos para que os nossos alunos aprendam e possam voar em busca dos seus objetivos.
             Rubens Alves nos leva a refletir nossas práticas pedagógicas; nosso cotidiano escolar como algo que aprisiona ou que desperta o sentimento da liberdade de aprender tão importante para o educando, demonstrando a necessidade de a escola ser apenas meio para o aluno atingir seus objetivos.
              O texto mostra que no voo encorajado, a Escola tem a importância de se acompanhar o desenvolvimento tecnológico, onde a escola tem que se fazer parte integrante desse processo, pois a sociedade e seus meios estão sempre em evolução e não se pode anular as estas transformações.
              A escola deve rever seus conceitos referente a como atuar dentro desta nossa sociedade e decidir qual verdadeiro papel quer representar para os alunos, cidadãos que ali estão.
            Será que queremos continuar construindo gaiolas e pássaros feridos ou desconstruir nossos conceitos e aprender a voar para posteriormente ensinar outros também a voar, descobrir novos caminhos?
           Eu tenho esperança...ainda estou aprendendo a voar e tentando auxiliar meus pequenos alunos a voarem também.
          Espero que eu consiga!


quinta-feira, 19 de janeiro de 2017


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       Os sonhos são projetos pelos quais se luta. Sua realização não se verifica facilmente, sem obstáculos. Implica, pelo contrário, avanços, recuos, marchas às vezes demoradas. Implica luta. Na verdade, a transformação do mundo a que o sonho aspira é um ato político e seria uma ingenuidade não reconhecer que os sonhos têm seus contra-sonhos.” (Freire; 2000: 54)

            Imagem relacionada

                              

     REVENDO SABERES NA MATEMÁTICA




         O  profissional  da  educação  que  trabalha  nas  séries  iniciais  do  Ensino  Fundamental  deve estar comprometido com o processo de levar às crianças, dentre outras coisas, as primeiras letras, de  despertar  nelas  o  interesse  pelas  descobertas  científicas  e  possibilitar  o  desenvolvimento  do conhecimento lógico-matemático, fundamental para responder aos anseios da sociedade da qual fazem parte e na qual devem também ser capazes de atuar com consciência e competência.
       No  que  se  refere  à  justificativa  da  presença  da  Matemática  na  escola  por  sua  utilidade prática, é possível perceber um reducionismo no que vem a ser a sua aplicação nas situações do dia a dia. Acredita-se, quase sempre, que essa ciência se apresenta no troco do supermercado, na porcentagem de desconto que se consegue com o vendedor na compra de um eletrodoméstico, ou  seja,  em  situações  que  envolvem  apenas  as  operações  fundamentais  como  somar,  subtrair, multiplicar e dividir.
        Trabalho atualmente com alunos do 2º ano, com faixa etária entre 7 e 8 anos, confesso que a cada ano que passa tenho ,modificado minha prática pedagógica no que se refere a ensinar matemática.
      No inicio da minha caminhada como docente era bem complicado ensinar os conceitos matemáticos, pois eu não havia vivenciado esta experiência. Como ensinar o que não domino?
     Praticamente reproduzia  a forma como eu aprendi...no entanto, com a participação em formações compreendi que precisaria mudar minha forma de agir em sala de aula e meus métodos de ensino-aprendizagem.
     Então com essas formações meu olhar iniciou um processo de descontrução de tudo aquilo em que eu acreditava ser o melhor para os meus alunos e na verdade não era. Iniciava-se aí uma nova fase, uma nova professora começaria  a surgir.
      Hoje, ainda estou em construção, mas já consigo colocar na minha sala de aula momentos de investigação, de descobertas, de experimentações.
      No que se refere a matemática, busco iniciar os conteúdos com utilização de diversos matérias, ferramentas...tais como: material concreto, algo que eles possam visualizar, tocar, experimentar, vivenciar; material didática até auxilia em alguns momentos, as ferramentas digitais ainda não consigo desenvolver, pois na minha escola o laboratório é reservado para as séries finais, esses recursos ainda estão precários.
         A aprendizagem da adição e subtração se dá com formação de grupos em sala e ou no pátio, propostas de situações problemas para que juntos todos possam resolver, criar hipóteses e chegar a uma conclusão ou não.

        A matemática ainda é um objeto obscuro em alguns momentos, mas aos poucos iremos desvendar esse enigma.

terça-feira, 17 de janeiro de 2017

                                                        PEDAGOGIA  DA  PERGUNTA
                                               
     


            Entre educador e educandos não há mais uma relação de verticalidade, em que um é o sujeito e o outro objeto. Agora a pedagogia é dialógica, pois ambos são sujeitos do ato cognoscente. É o “aprender ensinando e o ensinar aprendendo”. O diálogo, em Freire, exige um pensar verdadeiro, um pensar      crítico. Este não dicotomiza homens e mundo, mas os vê em contínua interação. Como seres inacabados, os homens se fazem e refazem na interação com mundo, objeto de sua práxis transformadora. (Boufleuer, 1991) A prática pedagógica passa a ser uma ação política de troca de concretudes e de transformação.
     A Pedagogia da pergunta institui uma aprendizagem mediada por perguntas a partir das quais é possível investigar um problema e encontrar soluções para tal, de modo que vá se desenvolvendo um pensamento ativo, criativo e crítico nos alunos. Para Paulo Freire, a educação não pode acontecer sem esse princípio.
    A pergunta desperta e conserva a curiosidade e a crítica e, nesse percurso, acaba melhorando consideravelmente a maneira de pensar, imaginar e criar como resultado do exercício de diferentes habilidades e competências.
    O conhecer surge como resposta a uma pergunta. A origem do conhecimento está nas perguntas, ou no ato mesmo de perguntar”.
(Paulo Freire)
     O professor na verdade deve ser aquele que gera questionamentos, promove dúvidas e educa para que seus alunos saibam resolver problemas, e não somente aquele que dá as respostas.
    Por isso, desafie-se a não dar respostas e sim criar espaços e tempos nas aulas para torná-las mais criativas e interativas e desafie seus alunos a buscar novas perguntas! Assim, os encontros se tornarão cada vez mais significativos e construtivos



Como as ciências da natureza podem auxiliar na construção         de ideias cada vez mais complexas de mundo?  

         A criança, desde as Séries Iniciais de escolaridade, é cidadã que se constrói através de inúmeros atos interativos com os outros e com o meio em que vive. Ela é sujeito de seus conhecimentos. “O propósito mais geral do ensino das Ciências deverá ser incentivar a emergência de uma cidadania esclarecida, capaz de usar os recursos intelectuais da Ciência para criar um ambiente favorável ao desenvolvimento do Homem como ser humano”. (CARMO, 1991, p. 146).
     FRACALANZA; AMARAL & GOUVEIA (1986) afirmam também que o ensino de Ciências, além dos conhecimentos, experiências e habilidades inerentes a esta matéria, deve desenvolver o pensamento lógico e a vivência de momentos de investigação, convergindo para o desenvolvimento das capacidades de observação, reflexão, criação, discriminação de valores, julgamento, comunicação, convívio, cooperação, decisão, ação, entendidos como sendo objetivos do processo educativo. Estas habilidades descritas são instrumentos de suma importância para a vida do educando, pois, em muitas situações de sua existência, estas habilidades estarão presentes e, é em nível elementar que estas habilidades podem ser iniciadas, permitindo ao aluno discutir e analisar o conhecimento que está sendo construído.
         A disciplina de ciências nas séries iniciais pode ser muito mais explorada pelos professores. Percebemos que esse estudo, ainda é deixado de lado, dando prioridades às matérias mais básicas, e que, supostamente, os alunos irão necessitar ter mais conhecimento. A matéria de ciências é muito intrigante, estimuladora, inovadora e atrativa aos olhos das crianças, pois qual criança não se interessa pela natureza, pelas novas descobertas, experimentos, enfim, o professor pode usar de muitos artifícios para conquistar seu aluno, podendo trabalhar ao mesmo tempo, várias outras disciplina