terça-feira, 24 de janeiro de 2017

                 Aprendendo e ensinando sobre o passado à crianças

 O processo de investigação histórica envolve a compreensão de conceitos do tempo: a mensuração do tempo, continuidade e mudança, as causas e efeitos de eventos e de mudanças ao longo do tempo, semelhan- ças e diferenças entre períodos. Isso significa encontrar o passado a partir de fontes, os traços do passado que permanecem, sejam escritos, visuais ou orais. Fontes foram criadas com propósitos diferentes e, portanto, possuem diferentes níveis de validade; freqüentemente são incompletas. Por isso, historiadores fazem inferências sobre fontes, no sentido de saber como foram feitas, usadas e o que podem ter significado para as pessoas que as produziram e as utilizaram. (COLLINGWOOD, 1939).

Faz-se necessário estabelecer objetivos claros com critérios que contribua para a formação de identidades e que escola, professor e sociedade tenham respostas a algumas reflexões, tais como: Qual identidade quer formar em nossos alunos? Quais conteúdos e quais abordagens de estudos históricos contribuem para consolidar determinadas identidades? E quais são as repercussões dessas identidades, construídas pelos alunos, na sociedade em que eles vivem? (TERRA e FREITAS – 2004)
         Ensinar História é estimular as crianças a refletirem e fazerem descobertas relacionadas, primeiramente à sua História. A informação pronta e acabada torna a criança um ser passivo em relação ao saber e distante do processo histórico. Para que ela seja participante na sociedade é fundamental que entenda os processos de produção do conhecimento. Segundo Höfling (2003, p. 181),
         A História é produto da atividade do homem e não se pode deixar de representar o passado, porém, sem desqualificá-lo, destacando como os homens sempre buscaram alternativas para vencer os desafios que enfrentavam. É preciso compreender que o conhecimento histórico é uma construção de vários sujeitos. Pode-se iniciar esse entendimento por intermédio do cotidiano das crianças, oferecendo-lhes a possibilidade de se perceberem como sujeitos da sua história. Embora sejam crianças, possuem em seu interior um arsenal de capacidades invejáveis. Elas tomam consciência do mundo de maneiras diferentes a cada etapa do seu desenvolvimento.
              Os professores precisam se fazer estas perguntas e ao respondê-las estarão tomando consciência de suas próprias concepções e valores. Na sala de aula precisa-se quebrar a hierarquia do poder, do discurso competente de que são os professores e o livro didático que detêm o poder, o saber, a competência e o privilégio para a escolha dos objetos de estudo e estratégias de ensino. Essa hierarquia de que o professor é o detentor do poder precisa ser desmistificada e deposta, pois certamente não é verdadeiro.
              Há muitas formas de fazer com que a criança se sinta a vontade com disciplina de história, basta apenas paciência e determinação por parte dos p professores. Dessa forma ela aprenderá que estudar história vai muito além do que a boa e velha “decoreba” tão comum entre os alunos já crescidos.
              O ensino de História , nessa fase, tem como foco a compreensão da ideia de passado e presente. Os conceitos históricos são desenvolvidos por meio de brincadeiras, canções, contos, lendas e mitos - e também em momentos de diálogos, discussões e reflexões.

           Enfim, aprender e ensinar histórias para crianças se faz necessário tomarmos consciência de que a mesma já tem um conhecimento prévio, não é um ser nulo; a partir disto devemos nortear nossa prática pedagógica.  

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