Aprendendo e ensinando sobre
o passado à crianças
O processo de investigação histórica envolve a
compreensão de conceitos do tempo: a mensuração do tempo, continuidade e
mudança, as causas e efeitos de eventos e de mudanças ao longo do tempo,
semelhan- ças e diferenças entre períodos. Isso significa encontrar o passado a
partir de fontes, os traços do passado que permanecem, sejam escritos, visuais
ou orais. Fontes foram criadas com propósitos diferentes e, portanto, possuem
diferentes níveis de validade; freqüentemente são incompletas. Por isso,
historiadores fazem inferências sobre fontes, no sentido de saber como foram
feitas, usadas e o que podem ter significado para as pessoas que as produziram
e as utilizaram. (COLLINGWOOD, 1939).
Faz-se
necessário estabelecer objetivos claros com critérios que contribua para a
formação de identidades e que escola, professor e sociedade tenham respostas a
algumas reflexões, tais como: Qual identidade quer formar em nossos alunos?
Quais conteúdos e quais abordagens de estudos históricos contribuem para
consolidar determinadas identidades? E quais são as repercussões dessas
identidades, construídas pelos alunos, na sociedade em que eles vivem? (TERRA e
FREITAS – 2004)
Ensinar História é estimular as
crianças a refletirem e fazerem descobertas relacionadas, primeiramente à sua
História. A informação pronta e acabada torna a criança um ser passivo em
relação ao saber e distante do processo histórico. Para que ela seja
participante na sociedade é fundamental que entenda os processos de produção do
conhecimento. Segundo Höfling (2003, p. 181),
A História é produto da atividade do
homem e não se pode deixar de representar o passado, porém, sem
desqualificá-lo, destacando como os homens sempre buscaram alternativas para
vencer os desafios que enfrentavam. É preciso compreender que o conhecimento
histórico é uma construção de vários sujeitos. Pode-se iniciar esse
entendimento por intermédio do cotidiano das crianças, oferecendo-lhes a
possibilidade de se perceberem como sujeitos da sua história. Embora sejam crianças,
possuem em seu interior um arsenal de capacidades invejáveis. Elas tomam
consciência do mundo de maneiras diferentes a cada etapa do seu
desenvolvimento.
Os professores precisam se fazer
estas perguntas e ao respondê-las estarão tomando consciência de suas próprias
concepções e valores. Na sala de aula precisa-se quebrar a hierarquia do poder,
do discurso competente de que são os professores e o livro didático que detêm o
poder, o saber, a competência e o privilégio para a escolha dos objetos de
estudo e estratégias de ensino. Essa hierarquia de que o professor é o detentor
do poder precisa ser desmistificada e deposta, pois certamente não é
verdadeiro.
Há muitas formas de fazer com que
a criança se sinta a vontade com disciplina de história, basta apenas paciência
e determinação por parte dos p professores. Dessa forma ela aprenderá que
estudar história vai muito além do que a boa e velha “decoreba” tão comum entre
os alunos já crescidos.
O ensino
de História , nessa fase, tem como foco a compreensão da ideia de passado e
presente. Os conceitos históricos são desenvolvidos por meio de brincadeiras,
canções, contos, lendas e mitos - e também em momentos de diálogos, discussões
e reflexões.
Enfim, aprender
e ensinar histórias para crianças se faz necessário tomarmos consciência de que
a mesma já tem um conhecimento prévio, não é um ser nulo; a partir disto
devemos nortear nossa prática pedagógica.
Nenhum comentário:
Postar um comentário