domingo, 3 de dezembro de 2017

                                 SOBRE EDGAR MORIM
"A educação deve ser um despertar para a filosofia, para a literatura, para a música, para as artes. É isso que preenche a vida. Esse é o seu verdadeiro papel." Edgar Morin
O filósofo francês Edgar Morin fala sobre um dos temas que o tornou uma influência mundial, a educação. Morin fala sobre a necessidade de estimular o questionamento das crianças, sobre reforma no ensino e sobre a importância da reflexão filosófica não tanto para que respostas sejam encontradas, mas para fomentar a investigação e a pluralidade de possíveis caminhos.
Um dos principais objetivos da educação é ensinar valores. E esses são incorporados pela criança desde muito cedo. É preciso mostrar a ela como compreender a si mesma para que possa compreender os outros e a humanidade em geral. Os jovens têm de conhecer as particularidades do ser humano e o papel dele na era planetária que vivemos. Por isso a educação ainda não está fazendo sua parte. O sistema educacional não incorpora essas discussões e, pior, fragmenta a realidade, simplifica o complexo, separa o que é inseparável, ignora a multiplicidade e a diversidade.
As disciplinas como estão estruturadas só servem para isolar os objetos do seu meio e isolar partes de um todo. Eliminam a desordem e as contradições existentes, para dar uma falsa sensação de arrumação. A educação deveria romper com isso mostrando as correlações entre os saberes, a complexidade da vida e dos problemas que hoje existem. Caso contrário, será sempre ineficiente e insuficiente para os cidadãos do futuro.

O caminho indicado por Morin é o da visão que se retira do âmbito estreito da disciplina, compreende o contexto e adquire o poder de encontrar a conexão com a existência. É preciso romper com a fragmentação do conhecimento em campos restritos, no interior dos quais se privilegiam determinados teores, e também eliminar a estrutura hierárquica vigente entre as disciplinas. Reformar esta tradição requer um esforço complexo, uma vez que esta mentalidade foi desenvolvida ao longo de inúmeras décadas.
Qual é o papel dos professores diante de um aluno com altas habilidades?
O professor deve estar atento para que as relações estabelecidas em sala de aula não sejam vistas pelo aluno com altas habilidades como algo negativo. Em geral, sabe-se que “as crianças rotuladas como superdotadas têm mais problemas sociais do que as não assim rotuladas” (WINNER, 1998, p. 179). Assim, para a criança com altas habilidades, carregar um rótulo como esse não é algo fácil. Winner (ibid., p. 179) complementa essa situação: “[...] rotular uma criança como superdotada a pressiona a desempenhar como uma criança superdotada e aumenta seu sentimento de ser diferente”. Provavelmente, quando o rótulo não é bem trabalhado/resolvido por parte dos professores, colegas e da própria criança com altas habilidades, isso pode trazer problemas para a convivência entre todos na escola. Sentimentos como rejeição e menosprezo, e até o isolamento, podem ser conseqüências negativas dessas relações interpessoais.
Winner (1998, p. 180) é pontual ao afirmar que as crianças com altas habilidades freqüentemente “[...] desempenham abaixo de sua capacidade, não apenas porque são subdesafiadas, mas também porque trabalham abaixo do seu nível para obter aceitação social”. Diante disso, o professor pode criar estratégias para minimizar esses acontecimentos em sala de aula. Por exemplo, propor seminários de discussão, nos quais cada aluno terá oportunidade para expor suas idéias, evitando assim que sempre os mesmos respondam aos questionamentos. Dessa forma, qual aluno não gostaria de participar mais ativamente de uma aula, expondo suas opiniões e interesses, ao invés de permanecer estático em uma cadeira, por horas seguidas?
O professor deve ter a consciência de que irá ensinar, mas também irá aprender com seus alunos, posto que a figura do professor como o “sabe-tudo” já está mais que ultrapassada.
É preciso um professor que seja um mediador não somente do conhecimento, mas também da compreensão de si próprio, de seus pontos fracos e seus pontos fortes, que seja mais um orientador do que um transmissor de conhecimentos, que ajude este aluno a integrar-se ao grupo e assim facilitar-lhe a sua integração à sociedade (PÉREZ, 2002).
No entanto, muitos professores encontram-se despreparados para identificar os alunos com altas habilidades. Por conseguinte, não são poucas às vezes em que esses alunos são identificados não como crianças com altas habilidades, mas sim como “alunos problemas”.
É compreensível que o desconhecido provoque medo e incertezas na prática docente com os alunos com altas habilidades. No entanto, esse fato não pode ser utilizado como desculpa para que o professor não procure profissionais capacitados para orientação em relação à educação desses alunos. Assim, espera-se que a escola possa perceber que seus alunos, a cada dia que passa, estão cada vez mais heterogêneos, pois cada um apresenta uma particularidade em especial, ninguém é igual a ninguém
As cegueiras do conhecimento: o erro e a ilusão

Em seu texto “Os sete saberes necessários à educação do futuro”, Edgar Morin afirma com veemência que todo conhecimento comporta o risco do erro e da ilusão. Segundo ele, a educação deve mostrar que não há conhecimento que não esteja, em algum grau, ameaçado pelo erro e pela ilusão. Alguns dos principais aspectos abordados pelo autor são:
  1. Devido ao erro e à ilusão, nunca se ensina o que é de fato o conhecimento;
  2. Examinando as crenças do passado, a maioria contém erros e ilusões sobre o mundo e a realidade;
  3. O conhecimento nunca é um reflexo ou espelho da realidade; ele é sempre uma tradução, seguida de uma reconstrução;
  4. Toda tradução comporta o risco de erro;
  5. Não há nenhuma diferença intrínseca entre uma percepção e uma alucinação;
  6. Até nos processos de leitura estamos ameaçados pela alucinação;
  7. Tomar a ideia como algo real é um erro; é como confundir o mapa com o terreno;
  8. Outras causas de erro são as diferenças culturais, sociais e de origem: o indivíduo pensar que suas ideias são as mais evidentes/normais;
  9. O problema do conhecimento é de todos (não só dos filósofos) e cada um deve levá-lo em conta desde muito cedo;
  10. Explorar as possibilidades de erro para ter condições de ver a realidade.


domingo, 5 de novembro de 2017

À SOMRA DESTA MANGUEIRA (PAULO FREIRE)
Este livro se estrutura de forma a expressar a visão de mundo de Paulo Freire, a politica em geral e os valores por ele, claramente defendidos durante sua vida de educador.
A sua mensagem vai brotando de valores  e conceitos que, ora se antepõem como: solidão e comunhão, suporte e mundo, esquerda e direita, neoliberais e progressistas, seriedade e alegria,..ora se conjugam como esperança, dialogicidade e solidariedade.
Com base no conceito de solidariedade humana, Paulo Freire vai discorrer sobre a substantividade do estar com. Estar no mundo implica, necessariamente, estar com o mundo e com os outros. É dentro do contexto histórico social, cultural que se faz a comunicação e a intercomunicação, sendo que estas asseguram a compreensão do mundo. 
As relações entre consciência e mundo são mútuas, naturalmente dialéticas. O fato do ser humano estar no e com o mundo implica em domínio de processos de refletir, avaliar, programar, investigar, transformar, mas sempre à luz de fins, valores propostos. Nesse sentido, ele não é somente razão, é um ser humano completo, 
A História não é uma entidade superior que nos possui(visão idealista) e nem pode ser reduzida a objeto de nossa manipulação (visão mecanicista).Ela é posssibilidade e não determinismo. O futuro se constitui como uma necessidade histórica, implica em continuidade. A esperança é uma exigência ontológica dos seres humanos, é possibilidade que precisamos criar, dentro das condições históricas existentes. Freire, autodenominando-se “otimista crítico” e não “ingênuo”, critica afirmações de intelectuais considerados por ele fatalistas, de que nada se consegue fazer frente às conseqüências nefastas da globalização da economia atual no mundo, de que não podem ser transpostos os obstáculos que esse novo tempo coloca à libertação.
 Para ele, a prática educativa deve basear-se na leitura do contexto e do mundo, não só na leitura estrita da palavra e do texto. O autor combate também as políticas públicas do país por serem assistencialistas: elas naturalizam as deficiências, reforçam a visão fatalista do mundo; teriam que expressar a importância do social, do econômico, do político. O sonho de Freire é que as classes populares tenham voz, participem do cenário histórico, político e social brasileiro. Para a superação dos horrores a que estão sujeitas (fome, miséria, autoritarismo, violência), há necessidade de “decisão política, mobilização popular, organização, intervenção política e liderança lúcida, democrática esperançosa, coerente, tolerante” (p. 36)
Ao falar sobre tolerância, considera que esta comporta um aprendizado, que envolve outras pessoas: os diferentes e os antagônicos. A tolerância é a maneira aberta de se conviver com o diferente, aprendendo com ele a lutar melhor contra o antagônico. 

 Na compreensão da História como possibilidade, é preciso que nós construamos o amanhã a partir da transformação do hoje; é preciso reinventar o mundo. Nessa tarefa a educação é indispensável para formar homens e mulheres que respondam rapidamente às exigências do mundo atual, desenvolvendo capacidades de constatar, comparar, optar e agir. Na educação democrática, é fundamental que professores e alunos tenham uma postura dialógica, isto é, aberta, curiosa, investigativa. 

sexta-feira, 27 de outubro de 2017

História, conceito e tipos de deficiência
                                                                                                         Izabel Maior
             A deficiência é um conceito em evolução, de caráter multidimensional e o envolvimento da pessoa com deficiência na vida comunitária depende de a sociedade assumir sua responsabilidade no processo de inclusão, visto que a deficiência é uma construção social. Esse novo conceito não se limita ao atributo biológico, pois se refere à interação entre a pessoa e as barreiras ou os elementos facilitadores existentes nas atitudes e na provisão de acessibilidade e de tecnologia assistiva. Em outras palavras, o conceito de pessoa com deficiência que consta na Convenção supera as legislações tradicionais que normalmente enfocam o aspecto clínico da deficiência. As limitações físicas, mentais, intelectuais ou sensoriais passam a ser consideradas atributos das pessoas, atributos esses que podem ou não gerar restrições para o exercício dos direitos, dependendo 3 das barreiras sociais ou culturais que se imponham aos cidadãos com tais limitações (FONSECA, 2007).
                                           “Deficiências e Diferenças”. 
              Ao não valorizar a diferença, atribuímos rótulos às pessoas, que muitas vezes as inferiorizam, destacando apenas um de seus atributos e nem sempre de forma elogiosa. Elas são identificadas e reduzidas a uma única característica. Assim, a exclusão é imposta por uma sociedade supostamente feita para pessoas “normais” – seja lá o que isso quer dizer…
             Ao longo da História – e até hoje – pessoas com deficiência têm sido segregadas, discriminadas, isoladas. Também foram aceitas e ocuparam cargos e funções nos seus grupos. Sobreviveram a guerras, a preconceitos e a catástrofes naturais. A tecnologia tem sido uma aliada importante, abrindo possibilidades até então inimaginadas; os Direitos Humanos inspiraram leis, princípios e posturas de aceitação e, mais do que isso, de valorização do outro como ele é.
            Portanto, a deficiência é relacional, como definiu Izabel, com precisão; ela não é o aspecto biológico, mas sim o resultado da interação indivíduo/sociedade.




###Logo que fui nomeada no Estado há dezessete anos, tive a experiência de receber por algumas semanas um aluno surdo e mudo na segunda série, foram semanas pois mudou-se de cidade em seguida. Pra mim foi assustador, porque não tinha experiência, não sabia a língua dos sinais, a escola também não tinha nenhuma estratégia para ajudar a criança e a mim. Me senti totalmente perdida, e muito mal, pois via aqueles olhinhos me olhando esperando algo de mim, da escola e eu tentava por gestos me comunicar de alguma maneira com ele. Foi um experiência de impotência.
                                                MÉTODO CLINICO PIAGETIANO

Quando Piaget inicia suas investigações sobre o pensamento infantil, havia uma concepção rígida sobre o sistema de avaliar e classificar os níveis de inteligência das crianças (BAMPI, 2006) e isto inquietou o pesquisador suíço, levando-o a desenvolver um método de pesquisa peculiar, que foi caracterizado e nomeado por ele de Método Clínico.
O método piagetiano é clínico no sentido de ir além do óbvio, da resposta estereotipada, buscando compreender o ponto de vista da análise do sujeito. As características gerais das explicações, a maneira como o indivíduo resolve os problemas apresentados, como chega às suas explicações, buscando também perceber se guarda coerência, se manifesta contradições, e também, de forma mais peculiar, o que há de criatividade nas respostas, mas, ainda assim, sem afastar-se do sujeito epistêmico.
As pesquisas de Jean Piaget estavam voltadas para o estudo da gênese e das estruturas do conhecimento. A indagação sobre como o ser humano constrói seu conhecimento acerca do mundo, saindo de um estágio de inteligência inferior para outro superior, movimentou seus interesses de pesquisa, culminando na estruturação da teoria da Epistemologia Genética.
Segundo o próprio Piaget (1926/1982), trata-se de um método misto, uma vez que resume elementos da observação, da experimentação e de testes ou questionários abertos: [...] consiste sempre em conversar livremente com o sujeito, em vez de limitá-lo às questões fixas e padronizadas. Ele conserva assim, todas as vantagens de uma conversação adaptada a cada criança e destinada a permitir-lhe o máximo possível de tomada de consciência e de formulação de suas próprias atitudes mentais (p. 176).
Piaget (1985, p. 51) reafirma o resultado do seu trabalho baseado em pesquisas:
Cinqüenta anos de experiências fizeram-nos saber que não existem conhecimentos resultantes de um registro simples de observações, sem uma estruturação devida às atividades do sujeito. Mas também não existem (no homem) estruturas cognitivas a priori ou inatas: só o funcionamento da inteligência é hereditário e só engendra estruturas por uma organização de ações sucessivas exercidas sobre objetos. Daqui resulta que uma epistemologia conforme com os dados da psicogênese não poderia ser nem empirista nem pré-formista, mas consiste apenas num construtivismo, com a elaboração contínua de operações e de estruturas novas. 0 problema central é, então, compreender como se efetuam estas criações e por que razão, visto resultarem de construções não pré-determinadas, se podem tomar logicamente necessárias, durante o desenvolvimento.


sexta-feira, 20 de outubro de 2017

quinta-feira, 5 de outubro de 2017


Formação e atuação dos professores: dos seus fundamentos éticos
Como o processo educativo ocorre paralelamente ao desenvolvimento contínuo de um sujeito por um lado conectado a comportamentos e atitudes cristalizados na cultura e, por outro, relacionado pela consciência crítica a ideais de liberdade e cidadania, cada educador em formação, mergulhado em incertezas, necessita construir instrumentos próprios que lhe possibilitem subsídios para lidar com o seu universo educacional de maneira verídica e producente, dialogando com as interrogações que se impõem a cada dia, e, ao mesmo tempo, desenvolver uma nova consciência de pertença a um todo integrador das várias nuanças que compõem o tecido social, onde se inclui a educação.

Ora, a educação é uma modalidade de ação intrinsecamente relacionada à existência do outro. E uma prática que, por sua natureza, pressupõe uma intervenção sistemática na condição do outro. Em sendo uma prática interventiva, traz em seu próprio processo um risco muito grande de atingir a identidade e a dignidade do outro. Por isso mesmo, ela é lugar onde se faz ainda mais necessária a postura ética, tal o potencial que tem de agredir a dignidade do outro, dos educandos.
O homem como ser social, está diuturnamente partilhando experiências e relações com os seus semelhantes, pois somente adquire a humanidade quando imerso na vida gregária. Essa associação se efetiva por meio das relações pessoais, coletivas e de trabalho as quais são sedimentadas em meio a um universo próprio à comunidade a qual está inserido, e, portanto, são permeadas pelas peculiaridades de seu tempo histórico. As relações são partilhadas por indivíduos semelhantes, mas com características subjetivas, políticas, econômicas e culturais as mais diversas; são contextuais. Cada um com seus interesses, suas aspirações, seus desejos, suas paixões e suas razões. Há, desse modo, a necessidade de mecanismos de orientação e regulação da forma de os sujeitos estarem em sociedade no intuito de contribuir com uma convivência respeitosa e pacífica. “A ética se instaura no âmbito dessa ambigüidade, reconhecendo, por um lado, a fragilidade do humano com suas paixões e, por outro, a tentativa permanente de construir normas que regulem a convivência humana para além da particularidade [...]” (HERMANN, 2001, p.11).
Severino (2007, p. 193) enfatiza que “a ética contemporânea entende que o sujeito se encontra sob as injunções da história que até certo ponto o conduz, mas que é também constituída por ele, por meio de sua prática efetiva” . Está inscrita não na natureza ou essência humana, como foi entendida em outras épocas, mas no caráter social e histórico, na dimensão coletiva e política da existência dos indivíduos, pois a “ação do sujeito não pode mais ser vista e avaliada fora da relação social coletiva” (idem, p. 193).
Destaca-se como um desafio da escola e do docente, fazer com que os alunos se percebam e comportem-se como membros de uma comunidade. O ambiente escolar é eminentemente coletivo e possui cultura e dinâmicas próprias, cujas características se fundam no diálogo de seus sujeitos em interface entre a tradição educacional e as inovações cada vez mais exigidas nos contextos contemporâneos; constitui-se em espaço privilegiado para esse exercício.


A ação educativa escolar não é um fazer por fazer, mas um fazer intencional. Tratase da intencionalidade de um coletivo de sujeitos. Essa intencionalidade coletiva, porém, é impossível de ser construída sem que haja um mínimo de clareza teórica no nível dos sujeitos participantes, isto é, sem que os envolvidos nessa construção saibam dar as razões que motivam suas práticas. (BOUFLEUER, 2001, p.10)
                                          CROCODILOS E AVESTRUZES
             Ligia Amaral apresenta de maneira muito hábil suas reflexões, posicionamentos e inquietações pertinentes ao espaço das diferenças/deficiências, salientando a importância de o leitor ser informado a respeito do lugar de onde ela fala, esclarecendo que falar de algo interno a si próprio amplia a validade e significação do discurso.
          Como ponto de partida, Ligia Amaral torna urgente, ao tratar do termo diferença, primeiramente, seu esforço no sentido de colocar sob os holofotes aquilo que apreende como diferença em seus textos, visto que esta pode fazer referencia a inúmeras manifestações/estados/coisas.
           Então, pontua que a diferença a que se refere é a “diferença física”, aquela que pode ser “absorvida” pelo olhar do outro, enfatizando a amplitude desta idéia, fazendo-nos pensar a respeito de tão vasto é esse contexto, utilizando como exemplos de diferenças físicas o obeso, o baixo, o negro, aquele que utiliza óculos, o surdo, o cego, o paraplégico etc. No entanto, evidencia que o lugar da diferença, inegavelmente, é o corpo. (AMARAL, 1998)
            Debruçando sobre essa construção conceitual, intencionando enveredar por caminhos mais significativos e relevantes, mas não menos tortuosos, a autora apresenta o conceito de “significativamente diferente” ou “diferença significativa” como sinônimo de deficiente/deficiência.
            A diferença pode ser construída negativamente – por meio da exclusão ou da marginalização daquelas pessoas que são definidas como “outros” (...) Por outro lado, ela pode ser celebrada como fonte de diversidade, heterogeneidade e hibridismo, sendo vista como enriquecedora: é o caso dos movimentos sociais que buscam resgatar as identidades sexuais dos constrangimentos da norma e celebrar a diferença. (WOODWARD, 2000, p.50).
           Para Amaral (1998) mediante manifesta diversidade, e considerando sua proclamada legitimidade, o pensamento a respeito da diferença significativa ou deficiência, possivelmente, encontrará uma nova mentalidade. A autora revela, desta maneira, uma das idéias nucleares desse caminho tortuoso, que pode nos levar, não somente a entender, respeitar e aceitar o “outro”, mas, e principalmente, se colocar no papel do “outro” ou permitir ao “outro” ser “eu”, assim
          O preconceito é uma construção conceitual estabelecida anteriormente à nossa experiência. Constituindo duas dimensões principais: uma é a atitude, definida a partir de nossas predisposições psíquicas favoráveis ou desfavoráveis (para o nosso discurso, desfavorável) em relação a algo ou alguém, sendo seus conteúdos emocionais a admiração, medo, raiva, repulsa, amor, ódio etc; agindo com filtro para nossas interpretações e percepções. E a segunda dimensão trata do desconhecimento, o qual deriva da desinformação dos fatos ou sentimentos/emoções não elaborados. (AMARAL, 1998).
       Conclusivamente, externamos a necessidade de sairmos da posição de avestruzes, transformando nossos pensamentos e anseios em objetivações, em ações práticas que se materializem no dia-a-dia, utilizando as pontes movediças do conhecimento teórico-científico para transitar de maneira segura pelo rio das relações intra e interpessoais, que estão repletas de crocodilos que levam a tonalidade e o peso do preconceito, do estereótipo e do estigma.

           As metáforas dos crocodilos e avestruzes utilizadas pela autora nos remetem à complexidade do momento atual, no qual as relações humanas evidenciam  crises, embates e a falta de respostas para a diversidade e para as diferenças. Ainda vislumbramos ou mesmo tateamos estratégias e modos de conduta ética para lidar com esta realidade e percebemos que esta preocupação tem sido crescente na formação de pessoas voltadas às relações humanas, como é o nosso caso.

sábado, 16 de setembro de 2017

EDUCAÇÃO INCLUSIVA
          A Sociedade, em todas as culturas, atravessou diversas fases no que se refere às práticas sociais. Ela começou praticando a exclusão social de pessoas que, por causa das condições atípicas, não lhe pareciam pertencer à maioria da população. Em seguida, desenvolveu o atendimento segregado dentro de instituições, passou para a prática da integração social e recentemente adotou a filosofia da “inclusão” social para modificar os sistemas sociais gerais. Essas fases não aconteceram ao mesmo tempo para todos os segmentos populacionais. Ainda hoje vemos a exclusão e a segregação sendo praticadas em relação a diversos grupos sociais vulneráveis, em várias partes do Brasil, assim como em praticamente todos os outros países. Mas também vemos a tradicional integração dando lugar, gradativamente, à “inclusão”
          A inclusão tem por objetivo a construção de uma sociedade para todas as pessoas, sob a inspiração de novos princípios, dentre os quais destacam-se: celebração das diferenças, direito de pertencer, valorização da diversidade humana, solidariedade humanitária, igual importância das minorias, cidadania com qualidade de vida. Muito antes de alguns movimentos internacionais e nacionais adotarem oficialmente a idéia de uma sociedade inclusiva, profissionais espalhados pelo mundo se articulavam em busca de estratégias que dessem às pessoas com necessidades especiais uma vida mais digna.
         O princípio fundamental da escola inclusiva consiste em que todas as pessoas devam aprender juntas, onde quer que isto seja possível, não importam quais dificuldades ou diferenças elas possam ter. As escolas inclusivas precisam reconhecer e responder às necessidades diversificadas de seus alunos, acomodando os diferentes estilos e ritmos de aprendizagem e assegurando educação de qualidade para todos, mediante currículos apropriados, mudanças organizacionais, estratégias de ensino, uso de recursos e parecerias com suas comunidades:
A meta principal da inclusão é a de não deixar ninguém no exterior do ensino regular, desde o começo. As escolas inclusivas propõem um modo de se constituir o sistema educacional que considera as necessidades de todos os alunos e que é estruturado em virtude dessas necessidades (MANTOAN, 1997, p. 145).

          A terminologia que designa a pessoa com necessidades especiais vem passando por mudanças ao longo dos anos. Na verdade, o primeiro termo adotado foi “excepcional”, depois “pessoa deficiente”, “pessoa portadora de deficiência”, “pessoa portadora de necessidades especiais”; hoje “pessoa com necessidades educativas especiais”. Tais designações restringem-se muito ao âmbito da Educação. O termo deficiente implica não ser eficiente: esta conotação é muito forte, principalmente numa sociedade como a nossa, onde o modo de produção é o capitalista, em que são muito exigidas a eficiência e a produtividade. Nesse sentido, podemos constatar que essas mudanças de terminologia não minimizaram a questão da marginalização social desses indivíduos.
(APRENDER - Cad. de Filosofia e Pisc. da Educação - Vitória da Conquista, AnoII, n. 2, p. 79-91, 2004)





sexta-feira, 8 de setembro de 2017

                               IMPACTO DAS MIDIAS NA VIDA HUMANA

“Nós temos a chance de uma virada. Vou usar uma palavra mais difícil: epistemologia do século 21 em que o conhecimento atingiu um novo patamar de validação. Temos a chance, mas isso ainda não ocorreu. Nós não estamos brilhantes ou mais produtivos do que há trinta anos. Apenas estamos incrivelmente mais ocupados com o mundo virtual.”
                       (Trecho de entrevisthttp://www.portalraizes.com/leandro-karnal-shakspeare-facebook/a )

        Atualmente as pessoas passam mais tempo na internet do que se comunicando pessoalmente com outras pessoas. Refletir sobre os impactos das redes sociais na vida pessoal é importante para não se deixar levar pelo mundo virtual apenas e se isolar do mundo real.
         O mundo virtual tomou conta da vida das pessoas. As redes sociais mais do que nunca fazem parte da rotina de muita gente, chegando mesmo a trazer problemas de relacionamento, comunicação e administração do tempo.
        Não dá mais para viver sem a comunicação virtual, pois as informações estão nas mãos de todos de forma instantânea. Todos os dias surgem novos equipamentos e softwares que transformam a rotina de crianças, jovens, adultos e também dos idosos, que descobriram a internet como um meio de terem mais atividades e se comunicarem com seus familiares que moram em lugares distantes
.   Existem muitos fatores positivos na utilização das redes sociais, como por exemplo, a troca rápida de informações, a atualização em tempo real do que acontece em todos os setores (acadêmicos comerciais e empresariais). O Facebook possibilitou o reencontro de amigos, familiares e colegas da época de estudante. Através dessa rede social as pessoas curtem, comentam, postam e se divertem com as piadas, vídeos, charges e muitas outras formas de comunicação. O Skype consegue encurtar a distância entre familiares, amigos, namorados, sendo também atualmente utilizado pelas empresas para entrevistas de seleção de pessoas. O WhatsApp se transformou na maior comunidade virtual na qual se postam fotos, vídeos e mensagens de maneira instantânea, conectando diversas pessoas ao mesmo tempo.
       São diversos os aspectos positivos da comunicação virtual, porém, o uso excessivo ou indiscriminado da internet, juntamente com as redes sociais, podem trazer resultados negativos nas relações pessoais, na comunicação com o ambiente externo, além do mau desempenho profissional. O impacto negativo é tão grande que algumas posturas diante desse tipo de comunicação já são consideradas como as grandes “sabotadoras do tempo”, tendo em vista que qualquer ruído de notificação no smartphone tira imediatamente a concentração das pessoas nas atividades que possam estar realizando. Outro fator que deve ser levado em consideração é o perigo da falta de socialização devido ao uso indiscriminado das redes sociais. 



sábado, 2 de setembro de 2017

Carolina Maria de Jesus, a catadora de letras

A escrita de Carolina Maria de Jesus é sua forma de se recusar a ser “despejo” em uma sociedade desigual que a empurrou para a miséria

Carolina Maria de Jesus foi uma das escritoras brasileiras mais expressivas, traduzida para mais de dez idiomas. No Japão, o livro ganhou o título de Karonina nikki, algo como O Diário de Carolina.
Quarto de Despejo foi seu maior sucesso, mesmo assim não é tarefa das mais fáceis encontrá-lo nas livrarias; é mais provável que seja encontrado nos sebos. 
Não por acaso só recentemente pude descobrir sua história e sua escrita: se o trabalho das escritoras é geralmente subvalorizado e apagado, o trabalho de uma escritora negra, pobre e favelada encontra ainda mais dificuldades para superar a barreira da invisibilidade. 
Catadora de lixo e moradora da favela do Canindé, em São Paulo, na segunda metade da década de 50, Carolina usava os cadernos que encontrava no lixo para escrever sobre seu cotidiano e pensamentos. Virou um diário que passou a ser publicado num jornal; há inclusive trechos em que os vizinhos vêm tirar satisfação com ela sobre algo que ela escreveu. 
O quarto de despejo surge como uma metáfora para a desigualdade que estabelece seu papel e sua posição nessa história: ela aponta que, enquanto o centro da cidade é a sala de visitas, a favela é o quarto onde se joga o indesejável, o entulho, tudo aquilo que se quer esconder. Sua escrita, no entanto, é sua forma de se recusar a ser “despejo”, a ser “resto”.  
Sua voz é marcante não pelos “erros” gramaticais preservados pela edição (o que aliás me deixou a dúvida: isso teria sido uma forma de respeitar sua escrita, de mostrar que o texto tem valor independente de “norma culta”, de apontar que ela não precisa ser corrigida ou transformada em algo dentro do padrão, ou seria uma forma de apresentar uma escrita “autenticamente de favelado”? Realmente, não sei), mas sim pela sensibilidade para os detalhes normalmente desprezados pelo nosso olhar. 
                          APRENDIZAGEM HUMANA SEGUNDO BECKER


... o processo mais fundamental de toda conduta de aprendizagem consiste em que o sujeito aprenda a aprender (apud Inhelder, Bovet, Sinclair, 1977, p.116).
Aprendizagem é um processo de mudança de comportamento obtido através da experiência construída por fatores emocionais, neurológicos, relacionais e ambientais. Aprender é o resultado da interação entre estruturas mentais e o meio ambiente
Para Fernando Becker, é preciso que a escola pública aprenda e mude muito. O fundamental dessa aprendizagem, disse com exclusividade à IHU On-Line, em entrevista concedida por e-mail, é que "não se aprende porque se repete". Em seu ponto de vista, alicerçado nas teorias de Jean Piaget, considerado como o Einstein da Psicologia, o que vale é o contrário: se repete porque se aprendeu. "A repetição só é legítima quando se compreendeu um conteúdo qualquer. A escola continua cometendo esse equívoco de achar que a repetição, por si só, produz aprendizagem, mesmo quando se repete algo que não se compreendeu. Esse equívoco custa muito caro, pois despende as preciosas energias dos alunos que poderiam agir, cada vez com mais autonomia, sobre os conteúdos, potencializando sua aprendizagem, e do professor que as despende com arroubos disciplinares - controle de comportamento -, pois os alunos não suportam repetir o que não lhes faz sentido". Ele continua: "A atividade da escola deve transformar-se a partir do princípio de que o aluno é um centro de atividade, e não um receptáculo vazio a ser preenchido de conteúdos, freqüentemente sem sentido. Simplificando, a escola precisa transforma-se cada vez mais em laboratório, e ser cada vez menos auditório"
O grande desafio do século XXI, pelo menos do início deste século, é o de transformar o ensino na medida do processo de aprendizagem, e esta na medida do processo de desenvolvimento do conhecimento humano. A atividade da escola deve transformar-se a partir do princípio de que o aluno é um centro de atividade, e não um receptáculo vazio a ser preenchido de conteúdos, freqüentemente sem sentido. Simplificando, a escola precisa transforma-se cada vez mais em laboratório, e ser cada vez menos auditório. Os agentes dessa transformação são, em primeiríssimo lugar, os professores. Isso demanda uma formação docente de grande envergadura. O professor precisa aprender a ensinar pela atividade do aluno. O aluno que não age sobre um conteúdo qualquer, não consegue aprender esse conteúdo, muito menos transformar sua capacidade de aprendizagem, ampliando-a. Isto é, uma escola ativa não só ajuda o aluno a aprender, mas a se desenvolver, isto é, a aumentar sua capacidade de aprender; ou, como lembra Piaget, a aprender a aprender. Aliás, Piaget tem muito a dizer para esse processo de formação docente.


sábado, 15 de julho de 2017



DEVEMOS LUTAR POR ISTO!!!

                                                  REFLETINDO


O educador democrático não pode negar-se o dever de, na sua prática docente, reforçar a capacidade crítica do educando, sua curiosidade, sua insubmissão. Uma de suas tarefas primordiais é trabalhar com os educandos a rigorosidade metódica com que devem se "aproximar" dos objetos cognoscíveis. E  rigorosidade metódica não tem nada que ver com o discurso "bancário" meramente transferidor do perfil do objeto ou do conteúdo. É exatamente neste sentido que ensinar não se esgota no "tratamento" do objeto ou do conteúdo, superficialmente feito, mas se alonga à produção das condições em que aprender criticamente é possÍvel (Freire, 1997, p. 28-9)

domingo, 9 de julho de 2017

                                                       REVENDO 

    Este semestre focou em conceitos muito importantes para a melhoria do sistema educacional, sendo um deles a questão da gestão democrática, pois torna-se fundamental compreender a Gestão Democrática como condição estruturante para termos qualidade na educação. Isso acontece quando a escola cria vínculos com a comunidade dando sentido a proposta pedagógica envolvendo os diferentes indivíduos em uma só missão. Ao longo do trabalho podemos perceber algumas falas e até mesmo questionamentos dos sujeitos envolvidos no processo educacional, o que nos levará a refletir se os mesmos já compreendem a Gestão Democrática como algo essencial dentro da comunidade escolar e que atitudes estão sendo tomadas para que todos tenham sucesso dentro de suas ações.
      Além de outros tópicos também com sua relativa importância para a educação de qualidade, nem tudo está ativo em algumas escolas, mas o principal é que todos tomem consciência de sua participação neste processo de construção de uma nova educação e comecem a fazer o seu melhor e lutar por mudanças
    Convido a assistir este vídeo, como se fosse uma conclusão de tudo que foi falado neste semestre .


                                      https://youtu.be/HoBUWCCVcPA



REFLETINDO SOBRE O PROFESSOR REFLEXIVO


      Atualmente, muito se defende a necessidade de formar professores que reflitam sobre sua prática, no intuito de modificá-la, melhorando-a não só em benefício do professor, mas de todos que compõem a comunidade escolar.
     Segundo Alarcão,
os professores desempenham um importante papel na produção e estruturação do conhecimento pedagógico porque refletem, de uma forma situada, na e sobre a interação que se gera entre o conhecimento científico [...] e a sua aquisição pelo aluno, refletem na e sobre a interação entre a pessoa do professor e a pessoa do aluno, entre a instituição escola e a sociedade em geral. Desta forma, têm um papel ativo na educação e não um papel meramente técnico que se reduza à execução de normas e receitas ou à aplicação de teorias exteriores à sua própria comunidade profissional (2005, p. 176).
         De acordo com Freire (1996), a reflexão é o movimento realizado entre o fazer e o pensar, entre o pensar e o fazer, ou seja, no “pensar para o fazer” e no “pensar sobre o fazer”. Nesse sentido, a reflexão provém da curiosidade sobre a prática docente, uma curiosidade inicialmente ingênua, que, transformada em exercício constante, transforma-se em crítica. Essa reflexão crítica permanente deve constituir-se como orientação prioritária para a formação continuada dos professores que buscam a transformação por meio de sua prática educativa.
       Um “professor reflexivo” não para de refletir a partir do momento em que consegue sobreviver na sala de aula, no momento em que consegue entender melhor sua tarefa e em que sua angústia diminui. Ele continua progredindo em sua profissão mesmo quando não passa por dificuldades e nem por situações de crise, por prazer ou porque não o pode evitar, pois a reflexão transformou-se um uma forma de identidade e de satisfação profissionais. Ele conquista métodos e ferramentas conceituais baseados em diversos saberes e, se for possível, conquista-os mediante interação com outros profissionais. Essa reflexão constrói novos conhecimentos, os quais, com certeza, são reinvestidos na ação. Um profissional reflexivo não se limita ao que aprendeu no período de formação inicial, nem ao que descobriu em seus primeiros anos de prática. Ele reexamina constantemente seus objetivos, seus procedimentos, suas evidencias e seus saberes. 


sábado, 1 de julho de 2017

                     SISTEMA ESTADUAL DE AVALIAÇÃO PARTICIPATIVA: UMA            REFLEXÃO CRÍTICA

      O Sistema Estadual de Avaliação Participativa (SEAP) é uma política pública instituída pelo Governo do Estado do Rio Grande do Sul, em 2012, para construir diagnósticos qualitativos na Rede Estadual de Ensino a fim de aperfeiçoar a gestão educacional e o controle público, incidindo na melhoria do processo de ensino-aprendizagem com vistas a alcançar uma educação de qualidade com cidadania (SEDUC, 2012). A coordenação está sob a responsabilidade da Secretaria Estadual de Educação - SEDUC e tem como público alvo ela mesma, as Coordenadorias Regionais de Educação - CRE e as Escolas Públicas Estaduais do Rio Grande do Sul. Através da análise feita com os indivíduos envolvidos no processo a ideia inicial é chegar a uma leitura sociológica da localidade em uma análise microssociológica da escola, Coordenadoria e SEDUC (SEDUC, 2012), já que os conhecedores da realidade são os sujeitos do contexto.
      As DIMENSÕES revelam todas as condições sob as quais funciona um nível institucional, seja ela a escola, a Coordenadoria ou a SEDUC. São elas:
Dimensão 1 - Gestão Institucional;
Dimensão 2 - Espaço Físico da Instituição;
Dimensão 3 - Organização e Ambiente de Trabalho;
Dimensão 4 - Condições de Acesso, Permanência e Sucesso na Escola;
Dimensão 5 - Formação dos Profissionais da Educação;
Dimensão 6 - Práticas Pedagógicas e de Avaliação.

         A intenção é possibilitar que a comunidade escolar, as coordenadorias regionais e a Seduc façam um momento de reflexão sobre as suas praticas.
                                                         PLANO DE AÇÃO
A dinâmica do processo didático e do conhecimento que se ensina, aprende e (re)constrói na escola, solicita  que o professor incentive e promova o hábito de estudos, leituras e discussões coletivas de textos, tanto os que trazem subsídios aos conteúdos específicos, quanto os que ampliam e aprofundam bases, encaminhamentos e concepções do ato educativo de ensinar e aprender, que caracteriza a especificidade da escola e do conhecimento que deve ser garantido. Sendo assim, a função e/ou a “missão” do professor neste processo dos projetos de aprendizagem, requer dele, então uma ampla e bem apoiada visão dos fundamentos, princípios e conceitos do processo didático.
Propiciando o desenvolvimento do currículo da escola, visando melhor e mais eficiente desempenho do trabalho didático-pedagógico e, obviamente, a melhoria da qualidade do processo de ensino-aprendizagem, tem o presente plano a função de orientar e avaliar todas as atividades , dinamizando, facilitando a aproximação do aluno com inúmeros meios de aprendizagem.
        Promover no ambiente escolar momento que possibilitem aos alunos, avaliar e repensar sua aprendizagem, almejando assim, a melhoria da qualidade do processo ensino aprendizagem.
       Temos encontrado que esta inversão de papéis pode ser muito significativa.  Quando o aprendiz é desafiado a questionar, quando ele se perturba e necessita pensar para expressar suas dúvidas, quando lhe é permitido formular questões que tenham significação para ele, emergindo de sua história de vida, de seus interesses, seus valores e condições pessoais, passa a desenvolver a competência para formular e equacionar problemas.  Quem consegue formular com clareza um problema, a ser resolvido, começa a aprender a definir as direções de sua atividade.

           A situação de projeto de aprendizagem pode favorecer especialmente a aprendizagem de cooperação, com trocas recíprocas e respeito mútuo.  Isto quer dizer que a prioridade não é o conteúdo em si, formal e descontextualizado.  A proposta é aprender conteúdos, por meio de procedimentos que desenvolvam a própria capacidade de continuar aprendendo, num processo construtivo e simultâneo de questionar-se, encontrar certezas e reconstruí-las em novas certezas.  Isto quer dizer: formular problemas, encontrar soluções que suportem a formulação de novos e mais complexos problemas.  Ao mesmo tempo, este processo compreende o desenvolvimento continuado de novas competências em níveis mais avançados, seja do quadro conceitual do sujeito, de seus sistemas lógicos, seja de seus sistemas de valores e de suas condições de tomada de consciência.

sexta-feira, 16 de junho de 2017


               
                A CONTRIBUIÇÃO DO CONSELHO ESCOLAR NA GESTÃO ESCOLAR

    
        A participação das comunidades escolar e local é vital para o sucesso da escola e deve ser incentivada cada vez mais, porém, inúmeros percalços ainda se colocam à frente da gestão democrática quando o assunto é a participação da comunidade escolar por meio dos conselhos.
        Cabe à equipe gestora mobilizar e envolver a comunidade na vida cotidiana da escola. O trabalho em equipe bem organizado tem como resultado a otimização do tempo e a satisfação dos vários segmentos envolvidos no processo educacional, objetivos divergentes que se afinam quando estão em uma arena de debates que tem uma finalidade maior: a qualidade da educação.
       Administrar democraticamente o espaço escolar é uma atividade que exige comprometimento com o fazer educacional. Na gestão participativa, o foco das atenções dos gestores deve estar nas pessoas – elas devem participar das principais decisões da escola, tornando-se parceiras e responsáveis pela definição de objetivos, metas, alvos e resultados finais. A busca da participação das pessoas significa maior comprometimento delas com os resultados da escola e com o sucesso das ações realizadas pelos gestores.
       O nosso Conselho se reúne mensalmente para discutir todo e qualquer tipo de assunto relacionado com a escola, desde análise das pretensões de gastos, onde serão utilizadas as verbas destinadas à escola, realizar as  prestações de conta, gerir certos conflitos que a direção solicita auxílio, calendário escolar, estudos de recuperação...enfim tudo deve passar pela análise e discussão dos membros deste grupo.


sábado, 3 de junho de 2017

            

              GESTÃO DEMOCRÁTICA NO CONTEXTO ESCOLAR
       Compreender a coerência dos processos da gestão democrática é perpetrar uma análise do que historicamente foi positivo e do que precisa ser redimensionado e refletido, visto que isso é o resultado de um processo político pedagógico, ou seja, não é neutro, para que haja maiores graus de autonomia e participação dos atores educativos e da comunidade local dentro do contexto escolar.
    Para tanto, é imprescindível que se analise a instauração do processo de redemocratização do poder e como a gestão democrática tem se intensificado, tendo em vista a participação dos segmentos escolares nas tomadas de decisões, no exercício da autonomia e desenvolvimento do trabalho coletivo nas instituições escolares para garantir a qualidade do ensino.
       Uma gestão democrática traz como elemento indispensável a participação ativa da comunidade escolar no processo de tomada de decisões, baseado na dinâmica do trabalho coletivo e partilha de responsabilidades para exercício da autonomia escolar.
        E para tentar compreender a dinâmica desse processo, se faz necessário a realização de uma pesquisa que parte da seguinte problematização: Como se dá a emergência do princípio de gestão democrática na política educacional brasileira e que mudanças esse princípio impõe para a organização da gestão da escola pública?
       Além da Constituição, da LDBEN, e do PNE, temos também o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), que incentiva a participação da criança na tomada de decisões no que diz respeito à sua vida.
    Vê-se que a legislação educacional insere a Gestão Democrática nas escolas considerando a participação de todos que compõem a comunidade escolar e comunidade local, apresenta o trabalho coletivo e a necessidade de participação e envolvimento da comunidade na gestão da escola.
       Na verdade, a legislação torna obrigatória para todo o sistema o que já vinha ocorrendo de forma esparsa no país. A autonomia dos estabelecimentos de ensino foi ampliada não só em relação a gestão como também às formas de organização escolar consolidando os princípios da gestão democráticas nas instituições públicas de ensino.
       A gestão democrática deve ser concebida como participação efetiva dos vários segmentos da comunidade escolar (pais, professores, estudantes e demais funcionários) na organização, na construção e na avaliação dos projetos pedagógicos, na administração dos recursos da escola, enfim, nos processos de tomadas de decisões.

          Portanto, esse tipo de gestão inclui um ingrediente muito importante e essencial que se traduz no aumento de poder para uma maioria que compõe a estrutura humana da escola. Trata-se da participação com possibilidade de decidir.
                                      

                                        GESTÃO DEMOCRÁTICA

            A gestão democrática é entendida como a participação efetiva dos vários segmentos da comunidade escolar, pais, professores, estudantes e funcionários na organização, na construção e na avaliação dos projetos pedagógicos, na administração dos recursos da escola, enfim, nos processos decisórios da escola. Portanto, tendo mostrado as semelhanças e diferenças da organização do trabalho pedagógico em relação a outras instituições sociais, enfocamos os mecanismos pelos quais se pode construir e consolidar um projeto de gestão democrática na escola.
            Nesse sentido, está posto no Plano Nacional de Educação que “a gestão deve estar inserida no processo de relação da instituição educacional com a sociedade, de tal forma a possibilitar aos seus agentes a utilização de mecanismos de construção e de conquista da qualidade social na educação”. A democratização da gestão é defendida enquanto possibilidade de melhoria na qualidade pedagógica do processo educacional das escolas, na construção de um currículo pautado na realidade local, na maior integração entre os agentes envolvidos na escola – diretor, professores, estudantes, coordenadores, técnico-administrativos, vigias, auxiliares de serviços – no apoio efetivo da comunidade às escolas, como participante ativa e sujeito do processo de desenvolvimento do trabalho escolar.  
         A gestão democrática implica um processo de participação coletiva. Sua efetivação na escola pressupõe instâncias colegiadas de caráter deliberativo, bem como a implementação do processo de escolha de dirigentes escolares, além da participação de todos os segmentos da comunidade escolar na construção do Projeto Político-Pedagógico e na definição da aplicação dos recursos recebidos pela escola.
          Ao vislumbrar uma gestão democrática os sujeitos devem respeitar e valorizar as novas ideias para que todos possam sentir-se participantes do processo buscando um ensino de qualidade objetivando a verdadeira função social da escola.


sábado, 27 de maio de 2017

                                             


                                                   LDBEN
     A questão do debate de um currículo unificado para todo o território nacional é recente (desde 1996, com a instauração dos Parâmetros Curriculares Nacionais), mas ao longo da história do nosso país nota-se que esse debate já existia, tornando-se necessário que tal discussão seja problematizada. Logo, é fundamental olhar, mesmo que de forma breve, para a história educacional brasileira para compreender como se chegou à situação atual.
        É importante notar que o debate de uma educação de âmbito nacional, acompanhada das questões curriculares para a implementação de um currículo unificado para todo o território, sempre esteve presente na história da educação brasileira. As tentativas ao longo do tempo não puderam se concretizar por causa das políticas públicas relativas à educação: num dado momento, o Estado tinha a obrigatoriedade de fornecer a educação pública para os cidadãos, e em outro não. Essas oscilações do dever do Estado frente à educação geraram consequências para nossa educação que perduram até hoje. Os PCNs só se concretizaram graças à redemocratização do país, quando se reabriu o debate em torno da questão da educação pública e das questões curriculares.
        A LDBEN foi elaborada para tentar democratizar o ensino brasileiro, mas na prática ainda estamos aquém do perfeito, muitos aspectos necessitam ser repensados, no entanto, como fazer isso de forma democrática, humana e verdadeira?
     Não sei...só sei que todos ainda temos esperança de dias melhores!